SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS

Aqui é o templo sagrado, em que nos permitimos desfrutar o contemplar da Vida, do Amor, da Alegria, do Perdão, da Gratidão, da Felicidade Plena, da verdadeira Paz ... tudo de bom. Navegue à vontade, deleite-se e se entregue plenamente com todo seu Ser. Um cantinho de amor, realizado para todos nós.

QUEM SOU EU?

EU sou presença Divina da Paz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina da Luz. Eu sou o EU

EU sou presença Divina do Amor. Eu sou o EU

EU sou presença de Deus em ação. Eu sou o EU

EU sou a porta aberta do meu coração, que, nada, nem ninguém pode fechar. Eu sou o EU.

Mostrando postagens com marcador energia da árvore. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador energia da árvore. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ÁRVORE DA VIDA

A raiz de suas crenças origina e sustenta a vida da sua árvore. Os galhos, as flores, as folhas e frutos que você observa na superfície é apenas um reflexo da fonte mental que está originando tudo. Uma crença raiz é originada pela seiva de pensamentos transitórios que a alimentam de maneira constante. Pensamentos vão se agrupando e dando consistência ao nascimento de novas raízes de crenças e estas alimentam novos galhos e eventos reais no seu mundo exterior.Por mais que você adquira crenças durante longos períodos, ainda assim, elas são padrões da sua consciência. A consciência é aquela roupa que levamos no espírito enquanto sentimos que ela nos deixa confortáveis, portanto ela é móvel e se ajusta vibracionalmente. Uma criança já nasce com suas crenças inseridas no seu genoma espiritual. Isso não quer dizer que durante a vida ela não possa mudar suas crenças ou adquirir novas através do meio. Em termos de vida física e espiritual tudo é adaptável e reorganizado pela inteligência mental que envolve a consciência e o destino de cada um.

A crença é uma estrutura de poder, ela não só encaminha 
os eventos para rumos específicos como, também, 
desenha o seu destino durante uma vida inteira. 
O espírito se pega dizendo que se sente bem ao acreditar nisto ou naquilo. Você se sente seguro ao afirmar sua ideologia até o ponto de começar a perceber que seus julgamentos não são exatamente o caminho da felicidade. E então, inteligentemente e naturalmente, você se reconstrói para adaptar as mudanças.As crenças como estruturas de poder representam suas avaliações interiores, aquela linguagem silenciosa que alimenta o espírito da criança interior e, por sua vez, move a vida. Quando julgamos uma situação de maneira desfavorável, esse julgamento não está caindo em um espaço vazio da lixeira cósmica. Este conceito está desenhando o seu próximo passo e os eventos que vão se originar para provar a si mesmo que você está certo. A vida está disposta a lhe provar, o tempo todo e todo o tempo, que você tem razão. 
“Vire o rosto em direção ao sol e as sombras ficarão para trás.” 
Jan Goldstein 
Alguns julgamentos libertam e outros limitam as possibilidades do seu universo. Por exemplo: “Ela é muito chata!” Este é um julgamento limitador de todas as outras possibilidades mais expansivas. Como controlo isso? Não podemos controlar este tipo de julgamento porque a mente tratará de agigantar a ideia na cabeça, pois tudo que tentamos controlar se propaga. A única solução é o direcionamento e isso exige um trabalho constante. Direcionamos nossa mente para uma postura positiva que se expande com todas as melhores vibrações que giram em torno de uma realização aprazível. Observe que quando você está se divertindo internamente, se sentindo feliz e realizador, é improvável que você se sinta estimulado a julgar. Cada julgamento contém a natureza de uma vibração e essa vibração que emitimos através daquilo que acreditamos volta para a realidade em igual proporção. Trata-se de uma lei inexorável, quer você acredite nela ou não. Não existem eventos aleatórios e muito menos inocentes no papel vitimizado da vida. Os eventos são uma continuação do seu estado de ser consciente que é eterno. A vida diz a si mesmo: “É verdade sobre aquilo que você pensou há três dias...”, Observe este evento! 

Não é difícil ser o controlador dos acontecimentos desde que você descubra o caminho das pedras em seu interior. Estando consciente da postura que lhe favorece e das atitudes mentais que estão prejudicando a felicidade, você pode originar novas realidades. A crença é uma ideia que surge na mente e que se estrutura ali até que você perceba que ela lhe faz mal. É preciso estar atento, desperto e vigilante para descobrirmos até mesmo crenças ocultas que estão sabotando a vida nos pequenos detalhes.

Pensamento é energia pura; crença é energia pura condensada. A crença é importante porque ela direciona nossas emoções; sentimos-nos de acordo com aquilo em que acreditamos. No momento em que você afirma algo para si, você está pré-disponibilizando que essa afirmação seja uma verdade no universo e que ela se estruture como crença. E, a partir daí, sua imaginação vai correr pelos ditames dessa estrutura. Você não pode imaginar algo sobre aquilo em que não acredita. Você não pode sentir sobre algo em que não acredita e você não pode gerar acontecimentos sobre o que não acredita. Isso vai contra todas as leis do universo. Suas crenças possuem vibrações únicas que se propagam sobre todas as energias do universo. Lembre-se, crença nada mais é do que uma afirmação repetida em sua mente que está gerando eventos repetidos. Ela se fixa e cria roteiros de experiências determinadas. As velhas crenças ainda podem prevalecer por bastante tempo, porém a mudança deve acontecer imediatamente em que você compreender que os resultados não estão lhe favorecendo. Para mudar uma realidade você precisa ir ao cerne da crença original que gerou o seu momento atual e modificá-la da maneira que melhor combina com seus novos desejos. Muitas vezes, você deve resgatar crenças ocultas fabricadas em sua infância e modificar a estrutura delas. Quando isso acontece, você passa a emitir uma nova freqüência vibracional e novos caminhos começam ser costurados.

Como posso descobrir uma crença oculta? 
Digamos que você acredite e afirme: “Tava muito bom para ser verdade...”, porém, há outra crença que se esconde atrás desta crença inofensivamente enraizada. Talvez seja o fato de você acreditar que a vida é difícil, mas pode haver outra crença que lhe faz acreditar que a vida é difícil – a crença de que você é desafortunado. São crenças ocultas que geram galhos e ramificações de outras crenças estruturadas em sua mente. Para apagar todas as crenças ocultas, escolha uma afirmação que neutralize a crença raiz e, consequentemente, apague todas as ramificações ocultas. Um exemplo: Eu sou afortunado! Embora a exclusão de crenças antigas não seja um processo automático, é preciso que você persista nessa nova crença até que o arquivamento das informações antigas não agüente a pressão da mudança e seja queimado por um incêndio que você mesmo provocou.Escolha frases curtas. Elas são muito mais facilmente arquivadas em sua consciência e se tornam verdadeiros hinos em sua vida. Essas afirmações somadas à sua imaginação e à emoção que isso lhe provoca farão com que suas inseguranças sejam excluídas. A felicidade é um exercício provocado pelo seu mundo interior e, gradualmente, você será capaz de curar as feridas gravadas na consciência.

Depoimento de alguns leitores do livro Universo em Você: 
“Eu resolvi inverter todas as crenças que estavam sabotando a minha vida. Depois de dois casamentos frustrados e meu corpo debilitado, eu percebi que elas (as velhas crenças) nunca me ajudaram em nada: “Homem é fogo!”, “Nada é tão fácil assim...” “Essa cruz eu tenho que carregar...”. Resolvi: Tenho sorte no amor! Eu mereço o melhor! Eu consigo aquilo que quero! E a minha vida começou a mudar; inicialmente, bem sutilmente... Depois, acontecimentos milagrosos começaram a me favorecer!” (Marilena, Rio de Janeiro - RJ).
.
“Eu costumava acreditar que não era fotogênico e, então resolvi mudar: Sempre fico bem na foto! E não é que eu comecei a ficar bonito nas fotos?! As últimas em que fui fotografado, fiquei ótimo!.” (Fernando, Porto Alegre - RS).
.
“Eu sou talentoso.” Prefiro nem mencionar no que eu acreditava antes, pois agora eu só consigo acreditar no fato de que Eu sou talentoso! E a vida tem me mostrado que eu realmente sou talentoso!” (Xavier, São Bernardo do Campo – SP).
Você pode até se preocupar com a interação de crenças contraditórias em sua mente, porém essa contradição vai dando lugar à unidade de forma sistemática conforme você for investindo nas afirmações. Tudo é energia eletromagnética e as crenças que carregamos durante uma vida vão se desfazendo diante do calor de uma nova postura. É a persistência que faz com que viremos o jogo do coitadinho que não teve sorte para o afortunado vencedor. A energia que está em seu centro criador está concentrada em produzir os resultados invocados pela mente consciente que produz as crenças. Acreditar em julgamentos que lhe depreciam ou depreciam os outros é restringir todo o processo de ação. E quando pensamos sobre algo é porque acreditamos e isso vai dando vazão para que outros pensamentos e crenças similares se aproximem para formar um padrão vibracional. As crenças que não são examinadas continuam sendo acionadas até que você sinta que o mundo está contra você através dos resultados gerados. Quando não investimos em mudanças internas, criamos espaço para os julgamentos mais bobos que colocam a nossa vibração longe da energia divina. Pergunte ao seu Deus interior o que ele acredita sobre você. As respostas serão pinceladas pelos adjetivos mais bonitos; aqueles que, muitas vezes, você chegou a pensar sobre si mesmo, mas não teve coragem de arquivar em seu íntimo...
Rastreie seus pensamentos e observe de onde eles estão se originando.Veja, há um respeito imenso do universo em relação ao que você pensa, sente e acredita.Suas ordens são sempre, plenamente, cumpridas. Aproveite isso! Direcione-se.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A MAGIA DAS ÁRVORES


Árvores. A mera presença delas desperta uma paz e um sossego na alma humana. Esse é um segredo que explica por que –  desde os tempos mais remotos – em todos os cantos do mundo, os sábios e místicos  têm usado florestas como locais de refúgio e de inspiração.

Há uma relação natural e instintiva entre a árvore e o homem. Até os seus modos de respirar se completam. Aquele que medita pode aprender com as árvores uma sábia e serena imobilidade. Na antiga Índia, conta a lenda que Gautama Buda alcançou a iluminação ao pé de uma grande árvore chamada Bodhi, símbolo da sabedoria universal. Sentou-se ali em um entardecer, foi saudado amorosamente pelos seres da floresta, e travou sua batalha final. No momento da aurora, venceu  definitivamente a ilusão e a ignorância.

É difícil imaginar seres tão benéficos quanto as árvores.  Elas embelezam a paisagem, dão sombra, madeira, frutas, e são o refúgio e abrigo de pássaros e outras espécies de animais. Comunicam o subsolo com a atmosfera e purificam o ar.  Atraem nuvens, regulam as chuvas, estabilizam o clima e garantem a umidade do solo. Combatem a erosão e evitam o excesso de ventos.
Mas, além das suas funções vitais e práticas, a árvore tem uma forte natureza mágica. Ela é universalmente considerada um símbolo do relacionamento entre céu e terra. Com sua estrutura vertical – o tronco – a árvore estabelece um eixo simbólico de ligação entre o mundo físico e o mundo divino.  Por outro lado, seus galhos, ramos, folhas e frutos reúnem toda uma comunidade de aves, insetos, répteis e pequenos mamíferos, o que é um símbolo da infinita diversidade da vida.

Naturalmente, o Paraíso da tradição judaico-cristã é um bosque. Ali, segundo  Gênesis, II,  “Deus fez crescer do solo  toda espécie de árvores formosas e boas de comer”. Porém, há duas árvores que se destacam nesse local sagrado. Uma delas é a árvore da sabedoria, que dá o conhecimento do bem e do mal.  A outra é a árvore da vida, que simboliza a imortalidade. 
Estas duas árvores não são inteiramente exclusivas da Bíblia: em seu tratado sobre história das religiões, Mircea Eliade destaca que os antigos babilônios também situavam duas árvores na entrada leste do Céu. Uma era a árvore da vida, e a outra a da verdade.  

No Bhagavad Gita hindu (Cap. XV), o Universo é uma árvore invertida que tem suas raízes no céu e suas folhas e frutos na Terra. Seu nome é Asvartha, e sua imagem simboliza a manifestação concreta da vida cósmica.  A mesma árvore com raízes no céu e frutos na terra aparece sob o nome de Yggdrasil no folclore dos países do Norte da Europa.

Do ponto de vista microcósmico, essa árvore mitológica representa cada alma humana, cujas origens e raízes estão na eternidade, mas cujas folhas e frutos são as atividades práticas do mundo concreto.
Mas, macrocosmicamente, esta árvore simboliza o universo material como um todo, que surge periodicamente do mistério e do mundo oculto para florescer em uma vida física e espiritual infinitamente variada.
Cada ser humano, como cada árvore, é uma miniatura e um resumo do universo. Esse é um dos motivos pelos quais temos tanto a ganhar convivendo com as árvores. A experiência de comunhão com elas faz parte de uma comunhão maior com toda a natureza e liberta a alma humana de seu sofrimento. John Muir, o grande pioneiro da preservação ambiental, deu seu testemunho a respeito.
Certo dia, no final do século 19, John estava decepcionado com alguns  seres humanos. Para recuperar a consciência da sua unidade interior com todas as formas de vida, ele foi nadar sozinho em um grande lago, em região desabitada. Mais tarde, contou: “Foi o melhor batismo de água que jamais experimentei”.  Ao sair do lago, ele olhou para o  norte  e viu as montanhas. Observou como as curvas suaves do vale desciam até mergulhar nas águas do lago.  Então decidiu: “Agora terei outro batismo. Vou mergulhar minha alma no alto céu. Avançarei entre os pinheiros, entre as ondas de vento do topo das montanhas”. Para Muir, não havia templo melhor que a natureza a céu aberto. 

A árvore é cantada em prosa e verso nas mais diferentes culturas, e está presente nas imagens primordiais das várias religiões. O taoísmo ensina que uma árvore sagrada, um pessegueiro, cresce na montanha K’un-lun e floresce uma vez a cada mil anos. São necessários três mil anos para que o fruto desse pessegueiro amadureça. O seu pêssego milenar é grande como um melão, mas  vermelho e brilhante. Uma mordida nele é suficiente para que a pessoa prolongue sua vida até mil anos. Só os imortais, que alcançaram a sabedoria eterna, têm as credenciais necessárias para alimentar-se com o fruto do pessegueiro em flor.

Era nas florestas que os sábios taoístas, budistas e hindus se refugiavam, mantendo-se afastados ao mesmo tempo da sociedade mundana e das burocracias religiosas.  Também os magos druídas desenvolveram sua sabedoria nas florestas.  
O humilde e silencioso crescimento de cada árvore é um símbolo cósmico da transformação do que é pequeno no que é grande, do que é potencial no que é real. No Novo Testamento, Jesus afirma que o Reino dos Céus é “semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou em suas mãos e lançou em sua horta; ele cresce, torna-se árvore, e as aves do céu se abrigam em seus ramos” (Lucas, 13: 18).

Mas a popularidade universal das árvores não impediu a sua constante destruição em função de interesses materiais de curto prazo. 
No mundo antigo, as novas civilizações surgiam  saudáveis em regiões bem florestadas. Algum tempo depois, as populações já se multiplicavam e o consumo de madeira crescia excessivamente. As árvores eram usadas como  lenha – algo indispensável para fundir metais –  e também como material para construir casas e  barcos.

É verdade que o mundo grego já procurava proteger suas florestas desde Aristóteles. As cidades da Grécia tinham os seus arvoredos sagrados,  equivalentes aos parques nacionais de hoje. Mas, apesar das cautelas, esses bosques intocáveis foram destruídos.   A decadência de Atenas, a partir de 404 a.C. está relacionada com o esgotamento das suas florestas durante as guerras.
Cada sociedade que ganhava poder e influência usava a guerra como meio de expandir-se. Então as reservas florestais eram usadas para fundir metais, para produzir armas e construir navios de combate. O  desmatamento descontrolado  provocava a erosão do solo, que destruía a produtividade agrícola, provocando a decadência da sociedade e finalmente a sua derrota nas guerras.  Por isso, Helena Blavatsky escreveu que a decadência de uma civilização se segue à destruição das suas florestas tão inevitavelmente quanto a noite segue o dia.
O mundo romano, como a sociedade grega, devia sua força às árvores. A floresta era considerada mãe de Roma. Todo o crescimento do império romano se baseou sobre o uso das florestas e de outros recursos naturais, no seu próprio território e nos territórios de povos distantes. Mas valeu a regra geral e o caso de Roma não foi uma exceção: no seu devido tempo, a destruição das florestas e da base ecológica da vida ajudou a provocar a decadência e o fim do vasto império que dominava o  mundo.

Ao longo de milênios, enquanto alguns cortavam as árvores, outros as viam como seres sagrados. Com seu charme encantador, elas sempre inspiraram sentimentos religiosos. Na Inglaterra, só no século 11 a Igreja cristã, finalmente, decretou que era “pecado” construir um santuário em torno de uma árvore. Mas em 1429, o clérigo de Bungay ainda sustentava que as imagens religiosas não tinham muito valor, e que as árvores tinham mais energia e virtude, “sendo mais adequadas ao culto do que pedras  ou madeira morta esculpida com a forma de um homem”. Alguns dos primeiros protestantes  consideravam que se podia rezar tanto nos bosques como nas igrejas.

Quando a madeira começou a escassear na Inglaterra do século 17, surgiu a prática do reflorestamento e a preservação florestal ganhou força. A admiração pelas árvores também se apoiava em certos mitos cristãos, na época considerados literalmente verdadeiros. Em 1670, por exemplo, John Smith, especialista em silvicultura, sustentava que alguns carvalhos ingleses ainda vivos haviam surgido no primeiro verão depois do Dilúvio, e que uns poucos entre eles eram, inclusive, “do momento da Criação do mundo”.

Exageros à parte, os fiéis das paróquias inglesas faziam uma peregrinação anual. Durante a caminhada, paravam de quando em quando diante de um carvalho de maior porte para ler as escrituras e  rezar ao pé da  árvore, que consideravam sagrada. O poeta inglês Alexander Pope escreveu que uma árvore  é “uma coisa mais nobre do que um príncipe em traje de coroação”. As árvores eram temas de livros. Plantá-las era um esporte em toda a Europa. Essa tendência cultural compensou, em parte, a devastação causada pela revolução industrial, cuja poluição ambiental era extrema.

O que dizer do Brasil? Nosso país deve seu nome a uma árvore. Depois de 500 anos de desmatamento, ainda  somos donos de mais da metade da maior floresta tropical do mundo. As árvores ocupam lugar central em nossa história, nossa economia e nossa cultura. As lendas tradicionais falam de Curupira, o deus que protege as florestas brasileiras. Ele é um pequeno índio com os pés voltados para trás, e seu corpo não tem os orifícios necessários para as excreções indispensáveis à vida. Por isso, o povo do Pará o chama de muciço. No Amazonas, Curupira é visto como um pequeno índio de quatro palmos de altura, careca, mas com o corpo coberto de pelos. No rio Tapajós, ele tem apenas um olho. O pequeno deus Curupira é dotado de uma força extraordinária. Para experimentar a resistência das árvores antes de uma tempestade, ele bate nelas com o calcanhar. Curupira tanto mostra a caça como a esconde. Sua função é proteger a mata e seus habitantes. Todo aquele que derruba ou estraga inutilmente as árvores é punido por ele com o castigo de caminhar indefinidamente pelo bosque sem poder lembrar do caminho de casa.  Por isso era temido pelos  indígenas. “Curupira foi o primeiro duende selvagem que a mão branca do europeu fixou em papel e comunicou a países distantes”, escreveu Luis da Câmara Cascudo. José de Anchieta já o citava em uma carta de 1560. Mas seu nome tem variações: no Maranhão,  esse deus da floresta se chama Caipora.  Ele tem  uma presença marcante nas lendas do sul brasileiro, e ganha o nome de Curupi  no Paraguai e na Argentina.

Os mitos brasileiros registram o conceito de caapora (caipora no norte e nordeste) para designar genericamente qualquer um dos espíritos da natureza que aparecem nas florestas. Mas Caapora também está associado aos pequenos animais selvagens, enquanto que Anhanga é o espírito que protege os animais maiores, como a paca, a anta, a capivara e o veado. A caipora nordestina é mulher, aparece quase sempre montada em um porco-do-mato, e ressuscita os animais abatidos.

O simbolismo universal das árvores é rico e complexo –  e estimula a busca da sabedoria. Cada espécie de árvore irradia uma influência e uma vibração próprias, que os seres humanos buscam descrever com palavras.  O espírito do cipreste, por exemplo, representa a imortalidade. O pinheiro, a árvore escolhida para as festas de Natal, é outro símbolo da vida espiritual.  A acácia representa a verdade, assim como o sicômoro simboliza a bondade.   O carvalho é a árvore de Zeus, de Júpiter, e simboliza a força divina e o eixo do mundo. A aveleira, que dá a avelã, representa a fertilidade e ainda fornece a madeira de que são feitas as varinhas mágicas. A figueira e a oliveira simbolizam a abundância. A figueira também pode representar o eixo do mundo, como o carvalho. A videira é uma árvore sagrada tanto na tradição egípcia como na antiga Israel, e alguns a associam à Árvore da Vida. A mamona –  que aparece na breve história bíblica de Jonas – simboliza a imprevisibilidade do futuro e nos ensina o desapego. Ela nos faz lembrar que,   apesar das aparências, a  vida  raramente é linear e contínua.  

Os significados e as influências espirituais das árvores são inesgotáveis.  Em diferentes momentos da nossa vida, cada árvore – em um parque, uma rua ou um quintal – traz a nós mensagens diferentes. Devemos estar abertos ao diálogo silencioso com estes seres benéficos. Há inúmeras vantagens nisso.
Segundo o filósofo Plotino, todas as plantas buscam a felicidade. De fato, a filosofia esotérica ensina que, assim como os animais mais evoluídos já fazem força para aproximar-se do desenvolvimento mental, as plantas, por sua vez, avançam no sentido do desenvolvimento das emoções.

Ora, as árvores estão entre os habitantes mais sábios e evoluídos de todo o reino vegetal. Há inúmeros relatos de que elas são capazes, à sua maneira, não só de receber os nossos sentimentos de amizade mas também de responder a eles. Nossa pobre inteligência humana só tem a ganhar quando percebemos a inteligência das árvores. O conteúdo das lições que elas nos trazem, porém, depende da nossa capacidade de deixar de lado as coisas pequenas, que pensamos que conhecemos, e de abrir-nos para a magia da vida. 

Fonte: http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=216#.USkqXR0p_zk  por  Carlos Cardoso Aveline